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sábado, 14 de abril de 2012

Mil e Um por aí



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Headquarters | The Monkees (1967)



"Procura-se quatro loucos entre 17 e 21 anos". Em 1965, produtores da NBC procuravam por músicos para um novo seriado, de onde surgiria uma banda que pudesse bater de frente com os Beatles. Quatrocentos e trinta e sete rapazes apareceram para os testes, e destes foram escolhidos apenas quatro: Mike Nesmith - um excelente compositor ligado ao country e à música folk -, o multi-instrumentista Peter Tork, Micky Dolenz, ex-astro mirim de uma série de TV e Davy Jones - que passou por todos os testes, apesar de já ter sido contratado antes pelo estúdio. Assim começa a trajetória do The Monkees.

Inicialmente, os quatro rapazes da NBC gravavam apenas como cantores, acompanhados de músicos de estúdio contratados pela gravadora. Acontece que em 1967 a banda, cansada de tanto controle, resolveu dar seu grito de liberdade e bateram o pé para que pudessem gravar um álbum autoral, com total liberdade de criação e onde pudessem atuar também como músicos. É nesse contexto que surge Headquarters, o terceiro disco dos Monkees.

O livro diz que:
Headquarters vendeu bem e, ao que parece, provou que a banda estava certa. Mas, a esta altura, discussões do tipo "são ou não são" não importavam mais. Autômatos ou autônomos, os Monkees eram um grande grupo com grandes músicas.





Concluindo
Os Monkees queriam provar para os hippies que zombavam deles na época que não eram marionetes, mas sim uma banda de rock. Acho que conseguiram.

Não acho que o disco se destaque tanto assim entre tudo aquilo que vinha sendo feito em termos de música na época. Não chega a ser uma grande novidade, não é recheado de experimentações com ritmos e instrumentos. É um disco pop, simples, e talvez por isso seja tão bacana e tenha dado tão certo. Num tempo em que tanta gente buscava a inovação, manter a simplicidade foi o grande diferencial dos meninos da NBC.

Gostei bastante da faixa de abertura do disco, "You Told Me". "For Pete's Sake" e "No Time" também são muito boas, mas o destaque do disco, pra mim, fica por conta de "Randy Scouse Git", música que fecha muito bem o álbum brincando com variações rítmicas. É, sem dúvida, a melhor faixa do disco.

Headquarters não faz dos Monkees verdadeiros gênios, mas mostra que os caras eram de fato músicos legítimos, com tanto cérebro, alma e coração quanto qualquer outra banda por aí. 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Triangle | The Beau Brummels (1967)



The Beau Brummels é uma banda de rock formada em São Francisco em 1964. Aparentemente, só haviam bandas de rock em São Francisco nesta época, porque dos últimos 5 discos que eu ouvi, acho que só 1 uma banda não era de lá.

Brincadeirinhas à parte, vamos ao que interessa.

Liderados por Ron Elliott e Sal Valentino, os Brummels foram descobertos pelo selo Autumn Records quando tocavam em clubes de São Francisco. Foi aí que começaram a fazer sucesso. Curiosamente, após assinarem com a Warner, caíram em um período de baixa popularidade.

Triangle é o quarto disco dos Beau Brummels, e é o primeiro da banda com músicas que Elliott e Valentino compuseram juntos. Embora não tenha ido bem nas vendas, foi muito elogiado pela crítica.

O livro diz que:
O talento de Elliott para compor amadureceu para além dos limites dos hits de dois minutos, enquanto o vocal de Sal Valentino chegava a um tom nasal e visceral, contrastando maravilhosamente com os arranjos sombrios que incluíam cordas, acordeão e espineta (esta, tocada em "Magic Hollow" por Brian Wilson, colaborador de Van Dyke Parks).




Concluindo
Olha, devo dizer que depois de ouvir tantos discos de rock experimental e psicodélico, Triangle  foi uma surpresa muito feliz. Tem uma pegada country bem forte. Gostei bastante de "Are You Happy?", faixa que abre o álbum. Gosto também da maneira como a banda insere cordas e um acordeão de um jeito bem sutil, sem fazer disso um "acontecimento". É um álbum totalmente despretensioso, e acho que é exatamente isso que o torna tão gostoso de ouvir. 


(Fui tão sucinta hoje, não?)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Da Capo | Love (1967)



Da Capo, expressão italiana que quer dizer "do início". Este é o nome do segundo disco da banda norte-americana Love, liderada pelo compositor, cantor e guitarrista Arthur Lee.

O Love surgiu em 1965, e em 66 assinaram com o selo Elektra Records. Alcançaram sucesso com uma versão de "My Little Red Book", de Burt Bacharach. Em 1967, lançaram Da Capo, disco com composições de Arthur Lee e Bryan MacLean, que até hoje é considerado um dos melhores discos dos anos 60.

O livro diz que:
O contraste entre a beleza sutil do primeiro lado e os excessos de "Revelation" fazem deste disco um dos mais esquizofrênicos de todos os tempos.




Concluindo
Quando eu estava ouvindo dos discos dos anos 50 que fazem parte do livro, chegou uma hora em que eu comecei a me cansar um pouco de ouvir tantos discos seguidos de jazz. Pois bem, o mesmo está acontecendo agora com os discos de rock psicodélico. Dá a sensação de que isso era a única coisa acontecendo na cena musical da época, quando na verdade não era. Mas o pior não é isso: talvez ouvindo um destes discos de rock psicodélico isoladamente, eu até gostasse mais de um ou de outro. Acontece que ouvir em sequência faz com que às vezes pareça tudo mais do mesmo e eu acabe não dando o merecido valor a um determinado álbum ou artista.

Enfim, passadas as considerações iniciais, vamos ao que interessa.

Eu curti Da Capo. Achei bacana a mistura de ritmos que a banda faz. Em "Stephanie Knows Who", brincam com variações de tempos do jazz, bem bacana. "7 & 7 Is", única música da banda a chegar ao top 40, tem um jeitão de rock de garagem, e na minha opinião é a melhor música do disco. Também gostei bastante de "Que Vida!" (não sei colocar aquele ponto de exclamação de ponta cabeça que se usa na língua espanhola, sorry!), uma baladinha com flautinha. Todas estas músicas fazem parte do lado A do disco (ou das primeiras seis faixas, pra quem ouve em CD e MP3).

Aí vem o lado B, composto por uma única faixa, "Revelation", uma música de 19 minutos. Sim, caro leitor, você não leu errado: são dezenove minutos de uma jam sem pé nem cabeça, entediante. Pra mim, deu uma boa derrubada no disco que vinha bem no lado A.

Na minha opinião, é como se o lado A e o lado B de Da Capo fossem dois discos totalmente diferentes. Na dúvida, melhor ficar só com as 6 faixas do lado A e deixar a psicodelia sem sentido do lado B pra lá.

Moby Grape | Moby Grape (1967)



Muitos críticos musicais consideram o Moby Grape como a melhor banda de rock que surgiu no cenário musical de São Francisco nos anos 60. Formada em setembro de 1966, a banda ficou conhecida pela contribuição de todos os integrantes nos vocais e pelas composições que mesclam rock, jazz, country, folk e blues.

O grupo foi descoberto num show em Sausalito pelo produtor da Columbia Records David Robinson, que ficou impressionado com o entrosamento e a habilidade dos seus cinco integrantes. O Moby Grape assinou com a gravadora, e de março a maio de 1967 gravou seu álbum de estreia, Moby Grape. A Columbia ficou tão impressionada com a qualidade do disco que lançou cinco singles do mesmo LP simultaneamente, o que matou as chances de que algum deles disparasse nas paradas e prejudicou muito as vendas do álbum. Além disso, a banda passou por vários problemas internos: dissidências entre os músicos, alguns integrantes presos por porte de drogas e por ligações com meninas menores de idade. Tudo isso levou a banda da ascensão à queda em apenas um ano. Apesar de tudo isso, Moby Grape ainda é considerado até hoje um dos melhores discos da história do rock.

O livro diz que:
A arrogância da gravadora, as intrigas do mundo do rock'n'roll e pura má sorte fizeram com que a estreila do Moby Grape ascendesse e caísse em apenas um ano. Mas seu álbum de estreia arrebentou.




Concluindo
Sabe aquela coisa de ficar se perguntando "E se...?"? Por exemplo: e se não tivessem matado o Che Guevara? E se não tivessem descoberto as falcatruas do presidente Nixon (será que ele teria sido reeleito "n" vezes como em Watchmen?)? E por aí vai...

Pois é. E se a Columbia não tivesse ferrado com o lançamento do disco de estreia do Moby Grape, se os caras não tivessem se desentendido, se envolvido com drogas e ninfetas? Seria que teriam uma carreira longa e próspera pela frente? Isso nós nunca saberemos ao certo. Mas se eu tivesse que dar um palpite, depois de ouvir Moby Grape minha resposta seria "sim, com certeza".

Não acho que o disco seja tão de outro mundo, como li em alguns lugares. Mas é muito, muito bom. Composições bacanas, músicos excelentes, o entrosamento da banda, tudo isso faz a diferença. Os destaques pra mim ficam por conta de "Sitting By The Window", "Hey Grandma", "Omaha" e "Indifference". É mesmo uma pena que tantas coisas tenham atrapalhado a carreira da banda, porque, sem dúvida, o Moby Grape ainda tinha muita lenha pra queimar.