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domingo, 6 de novembro de 2011

Olympia 64 | Jacques Brel (1964)



Eu confesso: talvez eu já até tivesse lido em algum lugar por aí que Jacques Brel é o autor da famosa "Ne Me Quitte Pas" (interpretada maravilhosamente pela Maysa), mas não é por causa disso que eu já sabia quem ele era. Foi por causa de uma gravação que o Beirut (uma das minhas bandas favoritas e que, desconfio, não está entre 1001 discos pra ouvir antes de morrer, o que eu particularmente acho um absurdo) fez da música "Le Moribond" para um programa de rádio francês chamado Black Sessions. Gostei tanto que depois até baixei mais algumas músicas do Jacques Brel.






Até agora há pouco, eu pensava que Brel era um cantor francês. Pois descobri que ele era um cantor e compositor belga, que se aventurou também pelo teatro e pelo cinema. Era dono de um apurado sentido de observação, de ironia e de humor, que somado a sua capacidade poética lhe permitiu criar canções que abordam, das mais diversas maneiras, várias realidades do dia-a-dia. É considerado o mestre da chanson moderna, e embora tenha gravado a maioria das suas músicas em francês, influenciou muitos cantores e compositores de língua inglesa, entre eles, David Bowie e Leonard Cohen.

O livro diz que:
No Olympia, ele mora nas canções, vive as histórias, se entregando desde o início, representando as músicas. Não há intervalo entre o drama, a sátira e a paixão. Ele morre muitas e muitas vezes ao longo de 48 minutos; o resto se passa em quartos de doentes, bordéis e bares. Em "Les Toros", ele se transforma em um touro à beira da morte encarando seus torturadores, relacionando essa imagem com Waterloo, a batalha de Verdun e com as guerras contemporâneas em antigas colônias francesas.




Concluindo
É nítido o quanto o público francês do Olympia (algo equivalente ao Carnegie Hall ou o Royal Albert Hall) ama Jacques Brel. São longas ovações após as músicas. E não é pra menos: Brel leva a tradicional chanson francesa a um outro nível. Mais que cantar, ele representa. É taciturno quando a canção é triste; ri e faz vozes diferentes quando a canção é engraçada, e por aí vai. Carrega de emoção cada verso que canta, seja ele sobre amor, sobre uma mulher ou sobre o tempo que passa para dois velhinhos. E acho que é justamente essa entrega de Brel às músicas que canta que leva o público ao delírio: mesmo que você não entenda francês (que é o meu caso, infelizmente), você vive as canções junto com ele. Basta ver este vídeo, em que Brel interpreta "Les Toros", pra entender do que eu estou falando.




Faltam 477 dias.
Faltam 958 discos.

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